feliz aniversário. q vc caia num poço fundo, úmido e escuro, vc está nua, na penumbra percebe movimentos rastejantes, uma quantidade incontável de cobras avançam em sua direção, vc pode até gritar mas não adianta nada, qdo as cobras tocam sua pele vc percebe q na verdade elas são minhas línguas, mtas línguas minhas te lambem caoticamente o corpo todo, todas as dobras, minhas línguas entram em seus buracos, todos ao mesmo tempo, entram por um e saem por outro, e finalmente não haverá mais gota de água em vc ou fôlego para som nenhum, e as línguas mortas pelo chão, e o silêncio do sono solitário sem ninguém para te encher o saco. feliz aniversário.
27 jul




a lua me atropela, sempre, me fatia coração, me tem na palma da mão, eu danço eu morro eu vivo, maré suspiro peão.
27 jul



eu por exemplo como salada como se tivesse ganhando créditos pra comer gostosuras dps. como se salada fosse comer negativo, tipo ‘-X comida’, e não a substituição de uma gororoba calórica por alimentos saudáveis ricos em nutrientes para meu organismo. alma de gordo é assim, criançada.
25 jul



na esquina de casa tem um senhor q vende flores na calçada. flores lindas, orquídeas enormes e outras q n sei o nome. passei por ele no instante q uma senhora dizia c a voz fina e frágil ‘q o seu dia seja tão florido qto esse cantinho seu’.
18 jul



tem dias q acordo parecendo meu pai. tem dias q acordo parecendo minha mãe. tem dias q acordo parecendo o pedro pascal. tem dias q acordo parecendo o brad pitt.
uma das afirmações acima não é verdadeira. identifique qual.
4 jul



gente q encosta na fila do caixa. odeio.
3 jul



me ocorreu hj, assim do nada, q mto provavelmente já devem existir por aí bebês chamados 'denéris', 'arya', 'dion snou' e até alguns 'caudrogo'.
1 jul


se me irrita tremendamente andar pela calçada ao lado de um desconhecido q por acaso está exatamente no mesmo ritmo q vc, os dois ali, lado a lado, como se andando juntos, sentindo o incômodo q emana do outro, tentando uma ridícula ultrapassagem q n vai acontecer, tipo dois fuscas ladeira acima, até q um - q normalmente sou eu - desista e deixe o outro se afastar; me fascina ver alguém do outro lado do metrô dançando pequenininho ao som de alguma música em seu fone de ouvido q está exatamente no mesmo ritmo q a q eu estou ouvindo no meu fone, ambos ali, em universos distantes mas no mesmo pra quem olhe de fora, quais as chances das músicas serem a mesma e ainda se fossem as chances de terem começado a tocar no exato momento, n sei. 
só sei q sincronias urbanas daria um bom título para uma história de amor.
29 jun



vou brincar com palavras como você brincou com meu coração.
24 mai



leoa preta madrugada preta, viralatas pretos numa praça preta, vênus preto sobre lua preta, dois lábios pretos trinta e dois dentes pretos, cabelos pretos como a asa da graúna, retrato em preto e preto se tornando neblina branca.
23 mai



vestiu-se de madrugada a leoa e refugiou-se labirinto adentro. com lanterna de lua procuro ver seus olhos faróis.
22 mai



um sino q bate treze vezes, ecoa.
21 mai



pedi ajuda aos viralatas. os sonhos entregam mensagens, me disseram.
20 mai



minha barrinha de sociabilidade gasta mais rápido q a bateria do meu iphone.
19 mai



campinas tem a unicamp, o hemocamp, a campneus, a campbeer e o jardim itatinga.
19 mai



amigos de SP, meu coração é 011 e minha presença agora é igual. cheguei. dps de oito longos anos de rj, cheguei. criança em manhã de natal, cachorro no retorno do dono, sou q sou puro vulcão de vontade.
essas são minhas primeiras 24h de cidade, inauguradas em grande estilo ontem, em pé, na pista, diante da avalanche de som e luz do radiohead. não poderia haver para mim boas vindas melhor nem mais simbólica. me reservei até o momento de fechar os olhos e me sentir ali presente no aqui agora, tanto agradecimento qto firmeza.

voltar para SP é um movimento q se anunciava há tempos, os q me são íntimos cansaram de me ouvir cantar essa canção. então 2018 chegou como o planeta melancholia, sua gravidade agindo como força de transformação radical, em tudo interferindo e, em questão de semanas, o rj tinha ficado para trás. e essa mudança toda, assim meio súbita, não tenho percebido com medo ou insegurança da indefinição, mas como a poderosa energia de q td é possibilidade aberta diante de mim, um convite à vida para q se apresente. 
na mala trago seis projetos meus em franco desenvolvimento. tenho vários de vcs amigos em mente para eles (logo mais entro em contato, ok?). trago a experiência dessa jornada, quase quatro anos como diretor da tv globo, direção de mega-shows e eventos, e algumas novelas, séries e longas como ator. mas trago sobretudo a vontade de me conectar com a vibrante rede criativa tecida diariamente nessa terra. senti uma falta tremenda de estar perto dessa mandala e da gente q sente e faz a realidade se mover. portanto, me convidem. estou com o coração faminto.
23 abr



no dia 28 do mês passado embarquei num avião rumo à zona da mata para mergulhar de cabeça nesse universo-imaginado-tornado-realidade q chamamos de ARIGÓ, o filme. de lá pra cá, não houve sequer um dia q não fosse memorável em algum aspecto. cercado por artistas dos mais diversos talentos, pela energia movedora de uma equipe em ação, pela paisagem mítica de minas gerais e o calor com cheiro de café de toda a gente q aqui habita, e pelo tipo de sensibilidade q se invoca ao tratar com respeito o tema q abordamos, não pude evitar a não ser viver intensamente. viver com todos os poros. viver como se num estado de poesia, longe uma eternidade das mesquinharias cotidianas q nos assolam e nos fazem anestesiar os sentidos mais refinados, tornando-nos brutos.

aqui lembrei q o ator não deve falar e se mexer ao mesmo tempo, q desenhar pessoas sentadas numa cerca é difícil justamente pq elas se mexem mto, q as palavras têm poder, q uma praça é o coração de uma cidade, q os cachorros falam, q o acaso é uma divindade e q a madrugada é um véu q se atravessa. foi um reencontrar-me. 
hj é meu último dia de filmagem. estou evidentemente emocionado. é difícil assumir q se deve partir e deixar tudo isso se tornar memória. mas é assim. minha vida tem passado por uma enorme revolução e esse movimento não pode parar.
os agradecimentos são mtos, aqui concentrados em gustavo fernandez, provavelmente um dos cinco melhores diretores do país, Danton Mello pela inesgotável sensibilidade, toda a competência da Moonshot Pictures e Vivian Golombek pelo convite. 
a partir de amanhã começa uma nova aventura para mim: SP. e essa promete.
20 abr



dps de uma semana na cadeia, uma noite mineira aqui na pousada, em volta de uma mesa de madeira servida de cachaça, artistas e risadas risadas risadas. uma noite assim é sempre uma noite bonita. e mto necessária.
14 abr



entrei na semana como quem atravessa uma cortina e dá de cara com a fantasia de um mundo sombrio de cárcere, tortura e rebelião. de segunda a sexta nosso pequeno circo terá como locação uma antiga cadeia desativada aqui no interior de minas gerais. não há tempo nem sabão q lave daquelas paredes os mtos horrores acumulados e à nós, q somos apenas uma breve passagem, nos cabe canalizar essa memória em ação.
hj acordei e bebi café a goles lentos, sabendo q daqui alguma horas vou apanhar feio de um monte de presos. essa profissão realmente é única.
10 abr



a meia-noite de um domingo para segunda, fina como papel manteiga, afiada como lâmina, infinita como aquilo q distingue fim de semana de semana de fim de semana de novo, lua cheia escondida nas nuvens.
9 abr



três coisas q engordam: pão de queijo, goiabada e cerveja. ufa, sorte q eu to em minas gerais.
7 abr



uma semana atrás eu filmava minha primeira cena em ARIGÓ q estamos a gravar aqui em mg. nos dias q antecederam aquele primeiro 'ação', claro, li reli treli o roteiro, estudei mto sobre o assunto, empenhei horas e horas de imaginação em minhas andanças matinais. cheguei no set cheio de ideias e insights sobre quem era aquela personagem a quem eu daria corpo e voz, mas logo q abri a boca no bater de texto antes de gravar, imediatamente senti q algo estava desencaixado. gustavo fernandez, o diretor, sempre educadíssimo e sensível, deu orientações rápidas e precisas para todos nós e as minhas, em resumo, poderiam ser traduzidas como 'não é nada disso, faça assim'. então, em cinco minutos, enquanto eram feitos os últimos retoques de maquiagem, a fita do lapela era trocada e a marcação colocada no asfalto rente ao meu pé, me despi de toda a construção de nuvens q tinha feito e entrei em cena. nada do q preparei me servia naquele momento. diante do imenso 'e agora?' q se aproximava enquanto ouvia a regressiva 'vai som... câmera rodando...', só me restava uma coisa: o agora em si.

é uma tarefa difícil para mim compreender q a arte do ator envolve estar pleno de nada, estar em paz com o risco constante do incerto indefinido. é um preparar-se para estar despreparado. a tal da página em branco eu acho. bom, isso ou eu q realmente não entendi nada do roteiro qdo o estudei, não podemos descartar essa opção.
mas no fim das contas, as querencias e vontades são irrelevantes, qdo bate a claquete e se ouve o ação, é só o mais puro agora q importa.
3 abr



relendo o texto agora, duas semanas dps, percebo q ele pode insinuar q gustavo, o diretor, impôs sua vontade sobre a minha. não é nada disso. a construção q eu achava ter feito era exercício de ansiedades e vontades minhas e q de fato não estavam em sintonia com a cena surgida qdo os atores e todas as equipes criativas se uniram. por isso 'de nuvens', no sentido de q não eram fincadas, mas projeções solitárias. a cena em si é fruto da convergência de mtas contribuições e, mesmo todas estas unidas, ainda estão sujeitas ao sabor do momento, esse grande agora. em sua sensibilidade refinada, gustavo soube apontar delicada e precisamente o norte para todos nós, nos dando justamente direção. e a saber: o norte, nesse caso, fica bem no meio, no ponto em q todos se encontram.
15 abr



'minha missão nessa vida é o amor, por isso mesmo minha maior dificuldade na vida é justamente o amor', me disse Cristal. bem, então minha missão nessa vida são os carboidratos, respondi.
30 mar


nas minhas últimas 24h de rj, levanto um copo para o ar em brinde. hesito. ao q brindar essa cidade? obrigado rj, eu acho. há sempre algo a agradecer, mesmo q agora só veja a hora da partida. hesito. meu copo parado no ar. bebo meu gole. êxito. agora exit.
26 mar


essa noite sonhei com uma companhia de dança contemporânea. sonhei os bailarinos, as coreografias, os figurinos, os cenarios e até os cartazes, q eram lindos. tinha um q era um céu rosa arranhado e o espetáculo se chamava ‘o nome da vítima’. eles eram estrangeiros, não sei de onde, mas para essa apresentação tinham convidado alguns jovens brasileiros pra participar. não eu, claro, mas eu tava ali observando tudo, e fui me aproximando como quem não quer nada e qdo vi já estava lá no meio da apresentação tentando seguir uma coreografia q nunca tinha estudado antes, cruzando com os discretos olhares preocupados dos gringos, e com aquela sensação nítida e viva de se estar em cena - quem já esteve sabe bem do q eu to falando. não lembro o nome da companhia, mas eles existem aqui nesse palco q trago dentro de mim e ainda consigo vê-los claramente mesmo agora acordado. talvez isso seja um convite para criar essa companhia na vida real e finalmente batiza-la. quem sabe? não custa sonhar.
17 mar



na prateleira da fila do mercado contei dez revistas, oito com mulheres na capa, uma com uma casa, uma com um homem. e o homem era o temer.
13 fev


ja pensou se eu fosse assim exatamente do jeito q eu sou, mesmo jeitão, mesmos assuntos, mesmo senso de humor, lendo os mesmos livros, ouvindo as mesmas músicas, só q sempre falasse “...hj tinha MENAS gente”. só isso, só um errinho de português na vida, mas um bem fodido. e sempre.
2 mar


o tempo numa cidadezinha do interior permite ver melhor os rituais. o senhor q se senta toda manhã no chão da calçada, a véia louca q varre a estrada de terra, a moça dos correios q chega antes e fica esperando encostada no muro, os peões na praça no fim da tarde. o tempo passa mais cristalino, as coisas permanecem. a cidade grande tb tem rituais, as pessoas se repetem, mas são muitos e tantos e amontoados e emaranhados que tudo não passa de um borrão. o tempo é frenético, turvo, e tvz por isso mesmo, mais efêmero.
24 fev


eu por exemplo sempre q vou pegar um avião, levo meu saquinho de cheetos requeijão. eu nem como nem nada. só abro, dou uma boa abanada assim no ar e derrubo no chão, bem no corredor.
15 fev


dos versos mais lindos do mundo: a pizza chegou.
9 fev



meus passos apressados ecoavam pelo corredor, ofegante, abri a porta e entrei na sala de aula. não era a primeira vez q chegara atrasado e nem seria a última, me condenava com o olhar o professor enquanto discorria sobre ‘dom casmurro’. senti q eu seria a vítima da vez, me espremendo por entre as carteiras até sentar. não deu outra. com sarcasmo, me fuzilou com uma pergunta sobre o livro q eu, obviamente, não tinha lido. ao meu lado, um carinha me deu um sorriso sardônico, ‘se fodeu’. como em inúmeras vezes na vida (meus colegas de faculdade podem atestar), lancei mão do q poderia ser considerado presença de espírito, cara de pau, arrogância, ou quiçá até inteligência, mas no fundo, um blefe de quem já não tem nada a perder: “machado de assis sempre foi um crítico afiado da sociedade brasileira, da carioca sobretudo, e o foi valendo-se de um humor mordaz. pra mim, mais do q crítico, ele era irreverente. diferente de nelson rodrigues, q era um iconoclasta”. a expressão na cara do professor mudou de desprezo para ‘hmm, interessante’. o carinha do lado, q até então tava se dando bem na aula, começou a rebater com um monte de opiniões formadas, falou sobre consumismo, sobre capitalismo, sobre vários ismos, ao q eu, friamente, falava como se pra mim mesmo, mas em alto e bom tom “meu deus, q cafona”. a classe toda ria e o carinha foi se enervando, o professor tentou intervir e eu ali só no “afemaria q papo furado”. a coisa toda virou uma briga e, conclusão, o professor acabou tirando o carinha da sala de aula.
daí eu acordei.
9 fev


do ano novo até o carnaval é a siesta do brasil.
6 fev


outro dia, na calçada logo na minha frente, uma senhora de uns sessenta e poucos, bem vestida até, poderia mto bem ser minha vizinha, pôs um dedo sobre uma de suas narinas, esticou a cabeça um pouco pro lado e mandou aquele sonoro assoprão q a caca sai voando mas tb fica grudada nos dedos. enquanto ela limpava a mão na bolsa, eu, em puro horror, pensava 'pronto, chegamos. se alguém ainda tinha dúvidas, é o fim, é o fim'.

ps: é claro q ela poderia ser minha vizinha. eu moro em copacabana.
2 fev



adoro gente q lixa as unhas enquanto espera numa fila. me faz lembrar q a vida não é tão séria assim.
30 jan



na vida é mto importante aprender a dizer não. especialmente qdo o garçom aponta pro copo e diz ‘mais um?’.
29 jan



'pra baixo todo santo ajuda', encarei a ladeira nesse calor dos infernos. verdade verdadeira, quicou a maçã em newton, mas como teria surgido essa expressão? quem teria dito isso pela primeiríssima vez? tirando a poeira das asas, levantou o dedo, 'opa', disse lúcifer. eu, claro, saí correndo.
25 jan



estudos recentes indicam q pessoas inteligentes xingam mais do q idiotas filhasdaputa.
23 jan



o sono, cientificamente falando, é algo q se esconde depois do despertador.
23 jan



botão do foda-se com cinco letras, pizza.
12 jan



as gotas de suor batendo no chão qse no mesmo ritmo da música q supostamente serve pra me animar, e eu lá contando ...4, 5, 6..., o olhar fixo na poça se formando embaixo de mim. detesto música de academia, pra mim é a pior parte do ritual todo da malhação, isso e me pesar só pra constatar q dps de poças e poças de suor não perdi nem 1kg, mas a música é pior ... 9, 10, 11... de repente, sei lá pq, a música pára. deve ter dado algum tilt no computador, ou a mocinha se enrolou com a playlist, não me importa, coloquei na conta de jesus q resolveu me conceder um milagresinho no meio da semana ... 13, 14, 15! mó poção de suor, me orgulho enquanto recupero o fôlego murmurando palavrões. é estranho uma academia sem música, parece q acenderam a luz no meio da festinha e todo mundo ficou com aquela cara de pego no flagra, né?, comento com meu personal, q olha fixamente no celular. ele não responde, nem ri. repito o comentário, nada. ei, td bem ai?, me preocupo, de repente recebeu noticia ruim, n sei. ei, du? du? cutuco ele no braço e ele não se mexe. então me dou conta do absoluto silêncio na academia, nenhum barulho de peso, nenhuma conversa, nada, nem um pio. meu coração dispara. olho ao redor e todas as pessoas estão imóveis, congeladas no meio de seus exercícios, a academia inteira congelada. agora começo a suar mto, dessa vez frio. dou um berro, ninguém responde. saio apressado, subo as escadas, a tiazinha marombeira congelada no meio de um passo, chego no andar de cima e vejo as esteiras todas funcionando, vazias, e uma pilha de gente amontoada perto da parede, como manequins jogados, em poses de caminhada. corro em direção à rua, os carros todos engavetados, a tv do boteco ligada mas fora do ar, os pombos todos congelados em pleno vôo espalhados pela calçada, todo mundo imóvel, nossa senhora de copacabana em silêncio como nunca se ouviu antes. mal consigo acertar os números no celular de tanto q minhas mãos tremem, mas de nada adianta, chamada indisponível. escrevo essa msg na esperança de q alguém esteja aí. alguém está aí? alguém! alguém!
11 jan



da observação dos gatos faço minha filosofia, quisera olhos q brilhassem no escuro e a amizade dos deuses egípcios.
10 jan




eu por exemplo acho curioso q banhar-se não queira dizer cubrir-se com banha.
6 jan



2018.

se pizza fizesse super bem pra saúde e agrião engordasse e desse colesterol, a gente ia ter desejo de agrião?
22 dez



eu tava aqui pensando q o thor é o deus do trovão, e não do relâmpago. quer dizer, até causa um susto o barulhão e tal, mas não é lá um super poder mto útil pra derrotar monstros galáticos. é bom pra dormir, no entanto.
22 dez



2017 ficará para sempre em minha cabeça como o ano em q os cabelos brancos chegaram de vez.
21 dez



existem mtos mundos habitados, todos no planeta terra.
19 dez



daí q na garrafa de água mineral tá escrito ‘não contém glúten’. água mineral sem glúten, ok. uma informação tão valiosa qto ‘não contém kryptonita’.
13 dez



hj no almoço teve frango com creme de milho. eu adoro frango com creme de milho. pra mim só faltou um ovinho acompanhando, pq daí fecha, a gente come todo o ciclo da galinha.
12 dez



eu por exemplo sou the knick com ascendente em the young pope e lua em american gods.
10 dez



dois mil e dezessete sujeito ainda mija no assento do vaso e vcs querem q eu tenha fé na humanidade, ora faça-me o favor.
7 dez



o céu pra mim é uma grande padoca de sp.
5 dez


brasil x inglaterra ontem. eu, meu pai e meu irmão no grupo de whats comentando barbaridades sobre o jogo. ao final do primeiro tempo, meu pai se despede por conta de um compromisso, bjs bjs dps ele assiste o segundo tempo no vt. mto bem. como um bilhete passado na última carteira da turma do fundão, mando uma msg à parte pro meu irmão: vamos comentar no grupo um segundo tempo inacreditável, cheio de gols e confusão?! dito e feito. teve pancadaria, inglaterra marcou 4x0, sobrou pro tite q levou um soco, um cara pelado entrou correndo no campo e nos últimos quatro minutos de jogo o brasil virou 5x4, todos gols do firmino. o jogo mais emocionante do século. lá pelas 23:00, meu pai entra no grupo, as msgs vão ficando azulzinhas, até q: “ei molecada, q raio de jogo é esse q vcs viram?!”. mais uma longa rodada de hahahaha e kkkkk, vai brasil!
a propósito, o jogo mesmo acabou 0x0, super chato.
15 nov



eu por exemplo estou convencido de q o mundo seria um lugar mto melhor se de fato td acabasse em pizza.
11 nov



morri de amores, dps morri de tiro. vida de ator é assim, lavou tá novo.
7 nov



no ônibus-camarim, lima me contava das cenas q tinha gravado com fernanda montenegro no dia anterior. eram cenas românticas, duas pessoas q se amaram a vida inteira, mas q não viveram essa paixão e agora, velhos, finalmente assumiam um para o outro seus sentimentos. ele trazia para ela uma saca de feijão colhida da plantação dele e um segredo pra se fazer ‘um feijão mulatinho bem fresquinho, ôce corta assim picadinho...’ e ali nas entrelinhas, um retrato vivo do amor terno e companheiro, onde td foi dito e nada falado. e eu, olhos arregalados, atento à receita para se fazer personagens inesquecíveis.
15 out



dr, eu to me sentindo velho, me sentindo fraco, cansado, deprimido, gordo... dr, o q q eu tenho?
- razão. o sr tem razão.
14 out



ontem, durante brasil x chile, o replay da presidente chilena levando as mãos sobre o rosto em agonia pela iminente derrota, me fez rir uma risada q um segundo dps foi morrendo, como um disco numa vitrola cuja energia acaba. qdo foi a última vez q um presidente brasileiro assistiu uma partida da seleção?, me ocorreu. e pior, sem medo de ser monumentalmente vaiado? a presidente chilena, emocionada, envolvida, orgulhosa mesmo na derrota, marcou em mim um 7 a 1 de melancolia q insiste em não acabar. não senti raiva, nem vergonha, nem revolta, nada assim inflamado. senti pena, eu sinto pena desse nosso brasil, e levei minhas mãos sobre o rosto.
11 out



ganhar dinheiro é difícil, mas ganhar peso ó.
10 out



eu por exemplo, qdo entro no face, gasto metade do meu tempo apagando post de quem compartilha noticia ruim, a outra metade contemplando o deserto.
4 out



pesquisas recentes comprovam q quem não me der parabéns hj tem mais chances de ficar trancado numa sala com um homem nú e a turma do mbl por seis meses. e o homem nú é o alexandre frota.
2 out




eu tava aqui pensando q, bem, darwinisticamente falando, o ovo veio antes da galinha sim.
21 set



cheguei no predio, me identifiquei, entrei no elevador com uma senhora. instantes antes da porta se fechar, do outro lado do corredor chegou outro elevador e abriu as portas. vi um sujeito enorme, qse do tamanho do elevador todo, ao lado de uma senhorinha minúscula q batia na cintura dele. um segundo dps saquei q era o espelho de fundo do outro elevador. a porta se fechou, e eu fiquei com o espanto de ter me visto como outro, inteiro, sem as mentiras q me conto qdo sei q estou diante de um espelho.
20 set



sonhei q podia ver todas as pessoas mas ninguém existia, eram como ecos ou nuvens de partículas em suspensão, dessas q se veem num raio de sol pela janela qdo se bate uma colcha. tudo era quieto, o som vinha de longe, abafado. e pensei q se chovesse, todo mundo seria lavado e escorreria embora, sumindo de vez.
20 set



eu prefiro café coado q espresso, apartamento q casa na vila, chuva q sol. tô só pensando na vida mesmo.
5 set



vim pra sp e esqueci de trazer meus tênis de corrida. e por esqueci, quero dizer um evidente mecanismo de auto-sabotagem perpetrado pelo meu fígado.
3 set



pode gostar, não tem problema, mas q a marisa monte tá gravando a mesma música faz vinte anos, tá.
1 set



o facebook me parece o alimento do indignar-se. é como se estar indignado fosse coisa em si, um objetivo maior do q as razões da indignação, mesmo q essas sejam de fato revoltantes. é uma espécie de transe, de vibração perpétua, ou ainda, um fungo q se espalha por aqui e a todos contamina.
31 ago



eu sou o tipo de pessoa q qdo fica triste, come. eu sou o tipo de pessoa q qdo fica feliz, come. isso, claro, me deixa mto ansioso. e adivinha q tipo de pessoa eu sou qdo fico ansioso?
26 ago



ACABOU DE ACONTECER COMIGO! vcs não vão nem acreditar. fui correr na lagoa, cartão postal dessa 'cidade maravilhosa', daí na altura um pouco antes da entrada pra fonte da saudade, vi três moleques andando devagar, meio parando e conversando entre si. 'xi, vai dar merda' saquei na hora. mas ao invés de simplesmente dar meia volta e ir embora, fui em frente. na hora q eu passei por eles, eles me cercaram e um deles falou qquer coisa do meu celular. mano, me deu uma explosão de adrenalina e dei um puta empurrão nele, o moleque foi parar uns três metros dentro da lagoa e caiu na água. mas daí o segundo pulou na minhas costas e me agarrou pelo pescoço, o outro agarrou meu braço e puxou uma faca. qdo eu vi a faca, dessas de cozinha mesmo, pontuda, de cortar carne, foi tipo filme, parecia q a cena tinha congelado, meus sentidos ficaram no máximo, 'pronto. fodeu. morri'. de repente, veio uma lufada forte de vento, um barulho enorme GRAAAAARR e um jato de fogo desceu do céu e queimou o moleque da faca bem na minha frente. foi aí q eu vi um dragão enorme voando com um mina loira nas costas. ele deu um rasante na lagoa, subiu alto no céu, deu meia volta e veio na direção do outro moleque q saiu correndo pela rua mas não teve jeito. o dragão catou ele com as garras, jogou pra cima e engoliu no ar mesmo. a mina loira me olhou lá de cima com um sorriso discreto no rosto e voou pra longe com o dragão GRAAAAR GRAAAAR lá na direção do cristo. e aí eu te pergunto, cadê a polícia nessas horas? cadê o governo? rj tá foda mesmo.
22 ago




GoT virou o q o Sai de Baixo era na década de 90, qdo, se vc não tivesse assistido o episódio de domingo, vc não ia ter ninguém pra conversar na escola na segunda-feira.
21 ago



se eu fico dois dias sem ir na academia, já tenho vontade de não ir quatro, não ir uma semana, um mês, nunca mais. e quando volto, parece q nunca tinha ido antes. agora pergunta se isso acontece com pizza.
18 ago



"macuco no embornal!" fazia festa sêo lima logo na primeira linha da cena q gravamos ontem. me dei conta q nesses últimos anos, o trabalho me proporcionara contracenar com tarcisio meira, othon bastos, roberto bonfim, josé de abreu e agora cá estava eu, cara a cara com lima duarte. eu sou o tipo de ator q não consegue não ser fã desses caras. foram eles q pavimentaram o caminho do ofício q escolhi e neles habita uma sabedoria prática q não há escola q ensine, e está td ali, transbordando ininterruptamente, para ser absorvida por quem tiver olhos para ver. hj tem mais.
15 ago


olá, meu nome é ravel, tenho 37 anos e acabo de comprar meu primeiro livro de autoajuda.
7 ago



em caso de abdução por alienígenas, favor não tentar nenhum resgate.
7 ago



entrei no uber pela porta de trás no lado direito e pedi, como sempre faço, 'o sr poderia puxar o banco pra frente, por favor?'. o motorista começou a puxar o banco dele pra frente. fiquei olhando pra ele. ele olhando pra mim. pisquei duas vezes, calculadamente. eu apertado no banco de trás. ele apertado no banco do motorista.
29 jul



só eu qdo vejo um post indignado q começa com 'só eu', tipo 'só eu achei estranho ninguém bater panela hj...', fico com vontade de responder 'sim, só vc'?
24 jul



eu espero q qdo o mundo acabar, seja num almoço de domingo. lá pelas quatro da tarde, a gente toda reunida e barulhenta, comendo aquela comida deliciosamente cafona de domingo, farofa de ovos, vinagrete, linguiça, maionese e arroz q pode ser ou à grega para os paulistas ou piemontese para os cariocas. lá pelas cinco, dps dos cafezinhos e do sorvete, todo mundo se arrasta mesa afora, os mais velhos dormem sentados de boca aberta no sofá, os mais novos nos seus celulares, eu com certeza deitado, pode ser no tapete da sala. então, qdo tudo ficar silêncio, o trânsito sumir, só um cachorro a latir lá longe, deus pode fechar a conta, o sol pode queimar sua última chama, a morte pode puxar a tomada da existência e tudo sumir no mais tranquilo esquecimento. restará só o som de uma tv a meio volume transmitindo um jogo q ninguém se importa, lá pelas cinco e meia da tarde.
16 jul



eu estou escrevendo um roteiro para um longa e me dei conta de um arquétipo tipicamente brasileiro, o do policial bandido. digo um arquétipo mesmo, pq o personagem de um policial corrupto sempre existiu, mas normalmente vem acompanhado de um aprofundamento, um desenvolvimento das razões do personagem, por assim dizer. já o policial corrupto arquetípico dispensa apresentações, ele é tomado como tal imediatamente e sem maiores complicações, 'ah tá, o policial bandido, ok', todo mundo por aqui entende na hora. o q me fez pensar q o contrário, o policial herói, esse sim é um personagem inverossímil para nós. os filmes americanos estão cheios deles, desde o cinema noir, passando por miami vice, eddie murphy, bruce willis, a lista é longa. entre os tupiniquins, o único q me vem à cabeça, fora o 'vigilante rodoviário', é o capitão nascimento, mas aí é q está, mesmo ele não era um bom policial, nem um herói: era um vingador, um policial assassino q veio para saciar nossa sede de revolta contra tudo e todos. espera aí, um policial assassino? ah tá, claro, sem problemas.
14 jul



eu adoro sucrilhos. a palavra mesmo, su-cri-lhos, pra mim soa como um desfile de mini-elefantes rosas em meio à uma explosão de papel dourado picado com uma fanfarra de sapos e libélulas vindo logo atrás. sucrilhos. e vai mto bem com leite gelado.
7 jul



eu gosto mto do MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriande hj pela primeira vez vi o acervo nos cavaletes de cristal, como sempre quis lina bo bardi. que maravilha, que espanto, aquela promiscuidade das obras todas se permeando, atravessando umas às outras como num fluxo de pensamento. vc está diante de um rembrandt, mas em sua visão periférica tem no canto direito um modigliani, no esquerdo uma tarsila, lá mais no fundo um portinari, um apoiando e discutindo e dialogando com os outros como se estivéssemos num grande salão de baile atemporal. a obra de arte não está sozinha, mas em festa, e a gente toda a zanzar por entre ela.
não sei se há no mundo outro museu como esse, e é mesmo um privilégio tê-lo assim, pertinho, na avenida que mais gosto.
ps: e eu adoro o som da palavra masp. é rápido, é afiado, é preciso.
22 jun



qdo na vitrine de salgadinhos, entre a coxinha com requeijão e a empadinha, tem uma bandeija só com polentas fritas do tamanho de iphones, vc sabe q está em sp.
21 jun



resolvi q hj ia passar umas horinhas lendo no Real Gabinete Português de Leitura. escolhi a dedo minha leitura: 'a biblioteca de babel', do borges. perfeito, hein. cheguei, escolhi uma mesa, sentei-me e cerimoniosamente abri meu livro na página certa. na metade da primeira frase, o sr vigia veio até mim 'esse livro é seu?' sim. 'não pode ler'. como? 'só pode ler se for da biblioteca'. não pode ler no gabinete de leitura? 'não, só se for da biblio...' ok, ok. então estamos eu e mais umas oito pessoas aqui, mexendo nos seus celulares e tirando selfies, e zero pessoas lendo. parabéns pro real gabinete por enfatizar mais 'português' do q leitura.
16 ju 



eu por exemplo acho uma ironia q gorgonzola tenha prazo de validade.
13 jun



vc sabia q o drt de ator automaticamente permite vc exercer a profissão de sommelier de chá de cadeira?
8 jun



hj é 1º de junho, um ótimo dia para novidades auspiciosas: sou o mais novo integrante do elenco da Vgi Agentes! 
essa parceria é mto especial pra mim. por um lado, é um reencontro com Vivian Golombek, mulher que admiro há mtos anos pela ética e dinamismo profissional, e pela sensibilidade q sempre me dedicou, me olhando nos olhos, sendo honesta como um cristal em suas observações, me ajudando a lapidar o artista q quero ser. no fundo, acho q a grande diferença da Vivian é q ela tb compreende seu ofício como uma forma de arte, uma construção de vida - e isso, meus amigos, não tem preço.
por outro lado, assinar com uma agência de atores forte como a VGI marca um novo ciclo em minha vida, não só um investimento firme na minha carreira de atuação, mas tb uma retomada de um espírito mais artístico, q se desafia e q tem ganas de viver mais e mais. vejo minha foto ao lado de atores e atrizes do mais alto calibre e isso me enche de orgulho e força. 
por isso tudo, peguem suas taças Vivian Golombek, Kall Rodrigues, Cau Carvalho, Diego Simidamore e 'champanhe para o alto que é pra abrir nossos caminhos'.
1 jun



o brasil tem um ministério da transparência. ticutum tisss.
29 mai



eu por exemplo não acho q estamos sozinhos no universo. quisera eu, estamos cercados por idiotas.
23 mai



... 560 minutos, 560 minutos, grava um pouquinho, espera um pouquinho, 570 minutos...
23 mai



eu por exemplo sou vítima de bullying de espelhos e balanças, e sei mto bem q eles andam falando mal de mim nas redes sociais.
22 mai



"vc não sabe quem vai casar: afonso duarte", frase ouvida agora mesmo no leblon, q não deixa sombra de dúvida q vc está no leblon.
20 mai



em verdade vos digo, não há nada mais patético q um homem sozinho diante de um espelho.
15 mai



um salve pra turma da insônia.
13 mai



foi em 2008 q conheci ULYSSES CRUZ, eu em pé no meio de uma sala de ensaio, ele do outro lado de uma mesa, braço tatuado, olhar afiado. nós ainda não sabíamos q ali, naquele instante, estava a acontecer um desses momentos decisivos em q a vida, como se de propósito, coloca o caminho de duas pessoas em rota de encontro. para mim, foi, é, sem dúvida, um turning point em minha carreira e em toda minha sensibilidade como artista.
quem o conhece sabe mto bem q ULYSSES é de longe um dos homens mais cultos, devorando com voracidade literatura, dramaturgia, cinema, moda, estética, artes plásticas, música, de todos os tempos e estilos, uma mistura absurda de phillip roth com guimarães rosa, shakespeare com jo billac, alexander mcqueen com Carlos Pazetto Jr., monteverdi com luan santana. e a forma como ele processa tudo isso e transforma em cena (ou em qquer coisa q ele quiser), eu nunca vi alguém fazer com tanta liberdade e originalidade. ao longo de um processo de criação, no mínimo três vezes ele vai tirar um coelho da cartola e nos deixar a todos boquiabertos, indagando 'meu deus, de onde veio essa ideia?'.
eu tive a sorte de ser acolhido ao seu lado e, ao longo dos últimos anos, nossa parceria criativa e profissional foi se lapidando, se aperfeiçoando, sempre sendo desafiada por trabalhos mais e mais sofisticados. de lá pra cá trabalhamos na tv globo, fizemos shows para platéias gigantescas, peças de teatro com o mais alto nível de acabamento e, claro, paramos o rio de janeiro para fazer teatro para o papa francisco e mais de um milhão de pessoas assistindo na praia. sério, de arrepiar. 
então, como uma evolução natural dessa parceria, nos unimos EU, ULYSSES, Thiago de los Reyes e Veronica Valle e nos associamos numa produtora, com o objetivo de dar vazão à um impulso criativo nosso, original, autoral. 
é com orgulho q convido vcs, amigos e parceiros, a conhecerem a ULYSSES CRUZ ARTE E ENTRETENIMENTO.
11 mai



há mtas coisas mto impressionantes q podem ser ditas sobre TOM NA FAZENDA, a q eu escolhi é a qse palpável sintonia entre os animais Gustavo Vaz e Armando Babaioff. a conexão entre eles ultrapassa a cumplicidade e por pouco não se materializa ali no palco como um terceiro ator, mas nossos olhos, nossa pele, percebem esse plasma q brilha entre eles e muda de cor e densidade a cada cena. 
é curioso q eu tenha assistido na mesma semana VERMELHO RUSSO, com Martha + Maria Manoella, e dps TOM, e perceber como essa sintonia entre atores pode se manifestar por diversos canais. em TOM, a coisa se dá via poro, via suor e cuspe e musculos e chakra básico, a bestialidade ontológica, pra gastar o dicionário. me fez lembrar com mta saudade o q eu sentia qdo, nas salas da usp, tb tinha no Eduardo Albergaria esse parceiro à toda prova. esse outro, para o ator, é mto importante, é o espelho provocador q nos estimula, por atrito, a revelar aquilo q nos é mais íntimo e particular.
é a segunda peça q a dupla gus+baba realiza, e com a mesma ansiedade q aguardo um disco novo do radiohead, não vejo a hora dessa banda lançar o próximo álbum.
9 mai


se o filme vai ser bom ou não, se o mocinho morre no final, se o bandido é o mordomo, não sabemos, mas q os anúncios de segurança antes do filme começar vão ser uma animação vagabunda da turma da pipoca trapalhona e seus amigos maluquinhos, é batata.
4 mai



esta semana viajei pelo mundo. 
na quarta fui assistir JOAQUIM, excelente trabalho do amigo Julio Machado, q me espantou pela atuação segura, calma, introspectiva, poética. um protagonista legitimamente cinematografico, sem nenhuma gota daquele afetamento televisivo, nem nenhum julgamento sobre o personagem, apenas o retrato mais humano de um sujeito suando vida afora. lindo. parabenzaço.
o filme nos transporta para um ante-brasil, uma terra rude, infinita, mais para primitiva, habitada por gente de raças e culturas diferentes, postas em forçado convívio. pedra, pó, mato, espinho, piolho, merda, sangue, cachaça, e quem não andar na linha é esquartejado. brasil, enfim. mas o filme teve a sensibilidade de fazer essa gente toda falar suas línguas maternas. então, durante o tempo daquela história, ouvimos o português de portugal, o dialeto africano dos negros escravos, o dialeto indígena (do índio escravo), o francês e o nosso português brasileiro se espremendo por entre esses todos. um deleite sonoro q soma ao filme mais uma camada de beleza.
daí ontem, sábado, fui assistir STEFAN ZWEIG. outro filme lindo, com um protagonista igualmente impressionante. um salto de um século e pouco num brasil onde essa mistura de gente e raça e cultura é celebrada como o grande tesouro dessa terra paradisíaca. e já logo na primeira cena, ouvimos o português de portugal, francês, inglês, espanhol, alemão e nosso português brasileiro se espremendo entre eles.
essa dose de polifonia me emocionou mto e me fez perceber como me faz falta conviver com uma cultura diversa e ampla, do tamanho do planeta. há mto mais lá fora e, claro, saí do cinema com uma vontade terrível de ir direto pro aeroporto (acabei indo jantar num japonês bem tradiça, já é alguma coisa...).
semana q vem quero acrescentar russo à essa balada, vou assistir VERMELHO RUSSO da dupla dinâmica Martha Nowill e Maria Manoella. pq a alma tb se alimenta pelos ouvidos.
30 abr



oportunidade de emprego: procura-se pessoa pra dar plantão 24h na minha cozinha com um taser na mão. caso eu entre fora dos horários regulamentados, aplicar um choque até q eu caía no chão. não é necessária experiência comprovada. só não pode ser gordo de alma, nem fácil de enganar.
18 abr



tava aqui passando na tv flamengo e vasco. faz três minutos q os jogadores estão se empurrando e discutindo por causa de uma cobrança de falta, como se a bola não fosse parar na barreira ou, pior, na casa do chapéu. dito e feito. jogos como esse me fazem pensar q, além de acréscimo, o juiz tinha q ter poder pra subtrair tempo do jogo. do tipo, é óbvio q dessa moita não sai coelho, joguinho de várzea miserável, qto vc acha q o juiz vai dar de desconto arnaldo?, "o justo seria 3 minutos, eu acho q nós vamos até os 42", tá mais do q bom.
8 abr



metros quadrados, cúbicos, polegadas, alqueires, compreendo mas acho tudo abstração. foi só hj, agorinha mesmo, q tomei consciência da real medida do meu apartamento. com o aspirador de pó ligado na mesma tomada do quarto, limpei o quarto, o corredorzinho, o outro quarto, o banheiro, a sala e quase toda a cozinha. então, na próxima vez q me perguntarem sobre o imóvel, 'apto em copa, ótima localização, perto do metrô, pouquinho maior q um aspirador de pó'.
7 abr



eu tava aqui pensando, com esse rebú todo, a mulherada, o galã destronado, tudo mudando, como serão as novelas daqui uns dez anos? e será q vai ter papel pra mim?
5 abr



os pombos de copacabana andam tão folgados q eu juro q acabei de pisar em um sem querer. isso ou eu q to mesmo sem moral nenhuma e nem pombo mais sai da frente.
3 abr



o amanhã a deus pertence. amanhã, no caso, segunda-feira, pode ficar senhor, é todo seu.
3 abr



acabei de sentar numa mesinha no canto do bar, a última da varanda. numa mesa ali na frente, percebi q uma mulher tava me olhando. sem expressão nenhuma, sem interesse, só me olhando. achei estranho, mas ok né. daí olhei pro lado e tinha um cara na calçada me olhando. braços cruzados, cara séria, olhando direto na minha direção. desviei o olhar. em outra mesa, dois caras me olhando. ok, tem algo na minha cara?, meu cabelo ta zuado?, comecei a ficar preocupado, acho q vou no banheiro ver se ta td certo. mas não, nem gato nem zuado, era o flaflu na tv bem em cima de mim.

2 abr